segunda-feira, 25 de junho de 2012








Devaneios

Abro essa janela para te ver
Através das palavras, em extraordinária beleza.
Longe... longe se vai o mesmo grito
A mesma forma de apelo.
O tempo pedindo passagem
Pedindo abrigo...
A cúpula que me culpa
 Não me livra do medo
E eu... me olho no espelho
E vejo no reflexo 
Nas meninas... dos meus olhos
O mundo colorido de infância...
De responsabilidades no presente
E simplesmente distraído para o futuro
Minha consciência me acusa
Do que ainda  não fiz...
Não estou aqui por acaso.
E uma  fúria quer me devorar por dentro
Mas eu...fico em silêncio...
E um universo, abriga -se dentro de mim
E a fúria se vai , com o pássaro cantando
Seu canto, no canto da minha janela.
Eu seguirei abdicando dos erros
Quebrando algumas regras
E me livrando de alguns preconceitos.
Entro no portal do tempo
 Tempo que me chega de mansinho
Não sei para onde irei.
No espelho refletido vejo ainda
Corpos inertes pedindo passagem
Pedindo socorro, e sei que amanhã
Eu terei que ajuda-los
Mas agora...o pássaro já cantou
E no  meu leito, me deito
Puxando os lençóis macios
Entre dedos e travesseiros
Imaginando outros  toques e cheiro
Em meio há tantos de devaneios...
Adormeço.

Ana Lima